E por falar em saudade……

Colunas Rosanna Mannarino

No dicionário, saudade é definida como “sentimento melancólico devido ao afastamento de uma pessoa, uma coisa, um lugar ou à ausência de experiências prazerosas já vividas”. É importante ressaltar que ela não é necessariamente um sentimento ruim; pode ser uma forma de contemplação de boas lembranças e de reconhecimento da importância do passado em nossas vidas. A saudade também pode nos ajudar a manter nossa conexão com os outros e a fortalecer nossos laços afetivos.

A Psicologia tem muito a nos dizer sobre a saudade. Ela é considerada um sentimento natural e humano, que ocorre quando sentimos falta de alguém, de algum lugar ou de uma experiência prazerosa que já vivemos. A saudade pode ter diversas formas e intensidades, podendo ser melancólica, nostálgica, alegre ou triste. Segundo a Psicologia, saudade está relacionada à nossa capacidade de estabelecer laços afetivos e de criar memórias emocionais.

Quando nos afastamos de alguém ou de algo que é importante para nós, nosso corpo produz substâncias químicas, como hormônios e neurotransmissores, que causam bem-estar e nos ajudam a manter esses vínculos afetivos. No entanto, a saudade também pode causar sintomas físicos e emocionais, especialmente quando a separação é repentina. Podemos sentir irritação, dificuldade para dormir, aumento do estresse e mal-estar geral. A intensidade desses sintomas varia de pessoa para pessoa.

A saudade é algo que nos mantém vivos e conectados com o legado de nossa existência. É por meio dela que revivemos nossos antepassados, que celebramos aquilo que somos e as heranças emocionais que recebemos. Mesmo a saudade que dói é uma forma de nos manter “guardados” no acolhimento das experiências que nos foram boas. Mas, como explicado acima, não é saudável se apegar de uma forma negativa ao que passou.

E então, como lidar com essa saudade dolorida? Em primeiro lugar, precisamos focar no presente – aquela máxima de viver o agora, pois ele é a nossa única realidade. Deixar o passado no passado, como uma boa recordação, é o caminho. Devemos aceitar a realidade em que nos encontramos – o passado não volta, algumas pessoas também não. Não precisamos esquecer; apenas devemos guardar e seguir em frente. O que vivemos deve servir de força para nos impulsionar para frente, não para nos estagnar.

Para lidar com a saudade, é recomendado se distrair, buscar novas atividades que proporcionem prazer e acelerem a percepção da passagem do tempo. Também é importante falar sobre a saudade, pois isso auxilia na elaboração emocional. Se a saudade estiver causando um incômodo significativo, é recomendado buscar ajuda de um profissional de Psicologia.

Rosanna Talarico Mannarino
Psicóloga clínica; especialista em terapia cognitivo-comportamental (TCC) e arteterapia. 
CRP: 05/23434

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