Pode ser uma meta inatingível, uma cobrança fora do horário, uma expressão de desaprovação inoportuna. São muitos os fatores para que uma pessoa entre no processo de adoecimento por conta das experiências que têm no ambiente de trabalho.
Adriana Belintani é advogada especialista em saúde mental e há mais de 20 anos atua nas áreas trabalhista e previdenciária. Ela explica que normalmente as pessoas que já têm uma predisposição, por exemplo, para a depressão, o ambiente de trabalho pode, sem dúvida, dar gatilhos para que essa e outras doenças ligadas à saúde mental se desenvolvam. Muitas vezes esses trabalhadores chegam até ela com sintomas de ansiedade, de síndrome do pânico e de depressão.
A primeira orientação da advogada é que o indivíduo priorize a ajuda médica, um psicólogo ou psiquiatra que vai ajudar nesse processo de cura. Da perspectiva legal, Belintani se movimenta na Justiça em busca dos direitos desses trabalhadores que, muita vezes, precisam se afastar da empresa de modo voluntário ou são até demitidos de forma irregular ao apresentar algum problema de saúde mental relacionado ao trabalho.
“Existe, sim, a possibilidade do trabalhador que está com a saúde mental comprometida acionar o empregador para pedir indenização, mas o ideal é que isso não aconteça, ou seja, que as empresas tenham ambientes sadios e acolhedores”, orienta.
A advogada defende que o trabalho deve proteger e não adoecer e que é importante que as empresas falem sobre esse tema, promovam palestras e tenham cartilhas de boa conduta. Tudo para garantir a saúde mental dos funcionários e evitar ações trabalhistas relacionadas a esse problema.