“Eu não sou o que me acontece, eu sou o que escolho me transformar”

Colunas Rosanna Mannarino

A citação do psiquiatra e psicoterapeuta suíço Carl Gustav Jung, fundador da escola da Psicologia Analítica, reforça a ideia de que somos o que escolhemos nos tornar, sublinhando a importância da consciência no processo de transformação pessoal.

A mudança já é presente e constante em nossas vidas desde o primeiro dia, enfatizando que a pergunta crucial não é ‘se’ vamos mudar, mas ‘como’ vamos implementar essas mudanças. A forma mais eficaz de promover mudanças é através do uso da consciência, tornando-a a autoridade máxima para tomar o controle de nossas vidas.

A consciência é descrita como a capacidade de perceber, sentir e estar ciente de eventos, objetos ou padrões sensoriais. Podemos citar três grandes domínios da consciência humana:

  1. Consciência Experiencial: Refere-se à consciência imediata e direta que temos das nossas experiências sensoriais, emocionais e mentais. É a percepção consciente do que está acontecendo dentro de nós e ao nosso redor no momento presente. Por exemplo, sentir a temperatura do ambiente, perceber emoções como alegria ou tristeza, ou ter pensamentos sobre um determinado assunto são aspectos da consciência experiencial.
  2. Autoconsciência: É a capacidade de estar ciente de si mesmo, de sua identidade, pensamentos, sentimentos e ações. Envolve a reflexão sobre quem somos, nossas características pessoais, valores e objetivos. A autoconsciência permite que reconheçamos nossas próprias emoções, compreendamos nossas motivações e tomemos decisões conscientes com base nesse entendimento. É um componente essencial do autoconhecimento e do desenvolvimento pessoal.
  3. Eu Público: Refere-se à parte da nossa consciência que está preocupada com a forma como os outros nos percebem. Envolve a capacidade de imaginar como somos vistos pelos outros, de ajustar nosso comportamento de acordo com as normas sociais e de desenvolver uma identidade pública ou persona. O eu público influencia a maneira como nos apresentamos ao mundo e como interagimos com os outros em contextos sociais e profissionais.

É importante ressaltar que a liberdade de escolha reside no intervalo entre estímulo e resposta, onde a ação consciente permite exercer o poder da liberdade de escolha alinhada com nossos valores e objetivos.

Ao perdermos o controle das ações em certas situações, muitas vezes reagimos impulsivamente em vez de responder de maneira consciente e assertiva. A atenção plena e a respiração são abordagens práticas para aplicar a consciência no dia a dia, permitindo a observação dos sentimentos, pensamentos e ações com filtragem consciente antes de agir.

O exemplo apresentado no contexto de um casal destaca a influência da consciência na comunicação e nas escolhas de palavras, mostrando como a reflexão consciente pode impactar positivamente nas interações interpessoais.

Concluímos enfatizando a conscientização como um poder ao alcance de todos para mudar comportamentos indesejados. Tornar-se consciente do que fazemos, pensamos e sentimos facilita a implementação de mudanças positivas, contribuindo para o desenvolvimento pessoal e a felicidade. A citação de Carl Gustav Jung reforça a ideia de que somos o que escolhemos nos tornar, sublinhando a importância da consciência no processo de transformação pessoal.

É uma estrada longa, não vou mentir, mas já é um bom começo você seguir esses três passos: 1) buscar o autoconhecimento, 2) assumir a responsabilidade por nossas ações e 3) reconhecer nossa vulnerabilidade.

Rosanna Talarico Mannarino
Psicóloga clínica; especialista em terapia cognitivo-comportamental (TCC) e arteterapia. 
CRP: 05/23434

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *