A psicofobia é um termo que, apesar de parecer novo para alguns, pode causar danos irreversíveis na vida de outras pessoas. Criado pelo atual presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Dr. Antônio Geraldo da Silva, o neologismo se refere ao preconceito contra as pessoas que apresentam transtornos e/ou deficiências mentais.
Quando falamos de psicofobia, estamos também destacando a invisibilidade ou inferioridade atribuída às pessoas que precisam de ajuda psicológica. Esse preconceito se manifesta em frases como “isso é frescura” ou “você está se fazendo de vítima”, ou ainda quando se rotula alguém como “louco” devido a um transtorno mental.
Historicamente, as doenças mentais eram interpretadas como resultado de possessão demoníaca ou bruxaria, e não levadas a sério. Essa falta de seriedade persiste até hoje, com muitas pessoas ainda acreditando que tais transtornos são apenas invenções ou banalidades.
As consequências da psicofobia são profundas e negativas. Além da exclusão e solidão enfrentadas pelos afetados, há uma série de impactos prejudiciais, incluindo avanço lento no tratamento, aumento do risco de vício em drogas, violência psicológica e física, alto nível de estresse emocional e físico, desemprego e dificuldade em manter vida social.
Para combater esse quadro preocupante, diversas ações têm sido propostas. Um exemplo notável é a campanha contra a Psicofobia promovida pela ABP. Essa iniciativa tem como objetivo alertar sobre o preconceito direcionado aos portadores de transtornos mentais.
Embora ainda não haja uma lei específica que trate da psicofobia, existem iniciativas em andamento para reconhecê-la como crime, semelhante a outros preconceitos sociais como racismo e homofobia. A conscientização e ações concretas são essenciais para combater esse problema e garantir o respeito e apoio necessários às pessoas que vivem com transtornos mentais.
A psicofobia persiste ao longo da história, desde execuções até a exclusão de oportunidades de empego e piadas ofensivas. Apesar dos avanços, ainda há muito a ser feito para combater o preconceito e a discriminação contra pacientes psiquiátricos. É fundamental debater sobre saúde mental, desmistificar as doenças e destacar a importância do tratamento. O estigma em torno da saúde mental gera graves problemas, especialmente a falta de acolhimento da sociedade.
É necessário quebrar esses estigmas e promover a conscientização sobre saúde mental em todos os níveis da sociedade. Isso pode ser feito através de conversas abertas, compartilhamento de experiências e disseminação de informações precisas de fontes confiáveis. O apoio mútuo e a busca por ajuda profissional são passos importantes para superar esse desafio e promover um ambiente mais inclusivo e respeitoso para todos. É fundamental deixar o preconceito de lado e buscar conhecimento de qualidade sobre o assunto.
Concluindo, é fundamental reconhecer que a psicofobia é uma realidade séria e prejudicial, que precisa ser discutida e combatida com seriedade e empatia. O apoio mútuo e a busca por ajuda profissional são passos importantes para superar esse desafio e promover um ambiente mais inclusivo e respeitoso para todos.
Rosanna Talarico Mannarino
Psicóloga clínica; especialista em terapia cognitivo-comportamental (TCC) e arteterapia.
CRP: 05/23434