O consumo de drogas entre jovens apresenta sérios riscos para a saúde mental. Estudos indicam que substâncias psicoativas podem desencadear surtos psicóticos, crises de pânico e agravar quadros depressivos, especialmente devido à vulnerabilidade da mente em desenvolvimento.
Estudos científicos atestam que o amadurecimento completo e a formação integral do cérebro ocorrem em torno dos 25 anos de idade. Portanto, é nessa fase que os efeitos do álcool e das drogas exercem uma influência mais pronunciada sobre a função cerebral. Diante desse cenário, surge a necessidade de conscientização sobre os perigos associados ao uso de drogas, destacando os impactos negativos nas funções cognitivas e emocionais dos jovens.
A psicóloga Ana Café, especialista em dependência química e saúde mental da infância e adolescência, ressalta a importância do trabalho de prevenção. “É crucial entender que, quanto mais cedo iniciarmos ações de prevenção, maiores são as possibilidades de evitar o consumo de substâncias.” Ana esclarece que esse “mais cedo” significa desde a infância, quando a criança está entrando na vida escolar.
“As escolas precisam ter consciência do poder que possuem para estabelecer a prevenção. E prevenção com crianças e adolescentes não se trata apenas de falar sobre drogas, mas de instituir um programa para trabalhar a autoestima, o autoconceito e a autoimagem.” A informação e a educação emergem como ferramentas cruciais para enfrentar essa preocupante realidade.
Maconha
Com o aumento do conhecimento sobre a ação da maconha e do sistema canabinoide no organismo humano, torna-se claro que ela não é tão inofensiva como costuma ser propagado. Evidências mostram que o uso da maconha pode provocar quadros psicóticos, ou seja, perda de contato com a realidade, agudos e passageiros.
“Quanto mais cedo uma pessoa começa a usar a maconha, maior é a chance de ela desenvolver quadros psicóticos permanentes, como a esquizofrenia”, afirmou o psiquiatra, doutor em saúde mental, Jaime Hallak, em artigo publicado no Jornal da USP. “Além das psicoses, sabemos hoje que a maconha pode provocar quadros de ansiedade, como o transtorno de pânico”, garante.
